terça-feira, 26 de abril de 2011

Sopra sobre mim

Já não sei quantas vezes pensei em desistir, reformulei minhas idéias e recomecei do zero. Isso me leva a crer que deve existir alguma força que, ainda bem, me puxa de volta quando me entrego a correnteza. Não sei explicar o que me leva a recorrer sentimentos de perda; razões até tenho e as conheço bem, mas por que elas vêm a tona e me fragilizam quando bem entendem, eu não sei. Chego a pensar que basta dar trela ao pensamento profundo, estar em solidão, para que minhas inseguranças me empurrem ao desague. Só de solidão? Não é tudo. Se, realmente, eu ficar parada, me deterioro e vou embora na água violenta, acompanhada do muito de mim. Por sorte ou virtude da força própria, nunca chego a parar assim. Tenho um vento bom a meu favor porque ainda sou cheia de vida, mesmo que esta transite em opostos.



"Mas se me desmantelo ao acaso
Logo me refaço ao sabor do vento que sopra a favor

8 e 80 por ruas estreitas do pensamento"
(Tal do amor - Jay Vaquer) 

sábado, 16 de abril de 2011

diferessência

"Há uma alma em mim
Há uma calma que não condiz
Com a nossa pressa
Com resto que nos resta
Lamentavelmente eu sou assim
Um tanto disperso
Às vezes desapareço
Pois depois recomeço
Mas antes me esqueço..."

[Sina Nossa - Fernando Anitelli]


domingo, 10 de abril de 2011

Nem 8, nem 80.

Chega de extremos! Quem foi que disse que eu preciso decidir a cor do meu céu tão depressa? Eu o quero alaranjado, breu total e muito azul claro. É meu! Não basta? Posso recolori-lo quantas vezes eu tiver vontade. E sabe por quê? Por que, simplesmente, eu não sou de uma escolha só. Muito menos as instantâneas. Não mesmo! E já estou cheia dessas frases feitas perturbando minha mente falando que é preciso ter apenas uma cor. Isso só pressiona e traz precipitações frustradas. Quero calma! Vou experimentar as cores que eu puder pra só então, quem sabe, me encantar por completo por uma. Pode estar aí a questão; meu unicamente deve ser o meu completamente. Então me deixe quietinha, mantendo um compasso incerto por enquanto. Nessa incerteza é que surpreendo.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Suspeitas da duvida.

  Quer saber? Nosso amor nunca existiu. E não existe nenhum assim, não existe essa coisa que vem e vai embora com tanta rapidez. As vezes eu fico observando esses romances inacabáveis, esses que volta e meia terminam com gosto de que vão voltar dali a alguns dias, sabe? Pois bem, se fossemos um pedacinho de amor poderia ter dessas com a gente. Será que foi o seu orgulho ou meu mau costume de desacostumar que nos afastou tão depressa? Quem sabe se, em um deslize de nossos defeitos, nos deixássemos cruzar os caminhos outra vez seria mais amor do que foi... Do que não foi! Ou foi? É que quando volto a pensar no frio na barriga daquela chuva de despedida em ritmo de boas vindas, eu o sinto de volta. Sinto mesmo. Sinto até os detalhes que eu nem sabia que lembrava!
  E então, o que faço com você? Não sei se te enquadro como meu desamor, ou se te chamo de mentirinha que passou... O resultado de nós dois foi aquele? Ou precisava tirar a prova real? Oh, mas pensando bem, esse vai e vem é muito disperso, esse sim é sem nome e não é amor meeesmo. Nós dois sempre tivemos cabeça intensa, mesmo que não passássemos isso um pro outro. Mas eu sabia. Você sabia. Então, essa brincadeirinha de amar em idas e vindas não foi, nem nunca seria nossa cara. Apesar de eu imaginar como podia ser a gente junto de novo num desses acasos da vida... Que tola, eu ainda penso nisso! Só que acho que existe uma diferença entre os incertos que nem sabem por que fazem o que fazem e os incertos que esperam um dia ser se tiver de ser DE VERDADE. Sou desse ultimo tipo. Acredito sim que pode ser um dia, um “melhor”, se for pra ser. E para acreditar nisso não acho que é preciso ficar feito louco querendo que dê certo a todo custo pra ontem.
  Até hoje não sei o que fizemos conosco, ou melhor, o que desfizemos. Sem mais nem menos, eu poderia dizer, deixamos tudo pra lá. Por isso eu acho que não foi lá essa coisa de amor... Mesmo que eu ache lindo dizer que foi. Mesmo vendo você de longe e lembrando que eu recebia ‘te amo’ daqueles olhos, e mais, que eu retribuía com os meus! Mesmo ouvindo suas frases de má criação seguidas de lindos perdões em meus ouvidos até hoje! Mesmo olhando pra você e me lembrando de uma infinidade de fraquezas passadas. Mesmo tendo noção dos tantos sorrisos que você já me arrancou. Mas ainda assim, com uma infinidade de mesmos, eu teimo e repito que não foi amor!


 se foi.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

(yn)

"Não quero viver como uma planta que engasga e não diz a sua flor 
Como um pássaro que mantém os pés atados a um visgo imaginário
Como um texto que tece centenas de parágrafos sem dar o recado pretendido 
Que eu saiba fazer os meus sonhos frutificarem a sua música
Que eu não me especialize em desculpas que me desviem dos meus prazeres
Que eu consiga derreter as grades de cera que me afastam da minha vontade. 
Que a cada manhã, ao acordar, eu desperte um pouco mais para o que verdadeiramente me interessa."

(Ana Jácomo)


sábado, 2 de abril de 2011

Meu desapego é meu 'sossego', meu botequim. ♪

  E eu que costumava ser tão frágil com toda partida, pareço ter encontrado uma saída de fazer as dores adormecerem fácil. Tanto me habituei a esquecer, que agora, muito lamentavelmente, me pego a reclamar de memórias falidas, ou cruas. De qualquer modo, isso acaba em dor. Sinto saudades constantemente, até saudades do que eu não sei. Porém, num desses fluxos instáveis, eu nem me recordo mais. Sem ou por querer, nem devo saber. As vezes fico confusa: melhor ter ou não ter um coração?