Vivemos num elo e nossas vidas dependem dele. E em meio a tantos ideais egoístas, a tanto individualismo, deixamos de enxergar essa cadeia que cada um de nós participa junto ao outro. Nós não somos seres independentes, não mesmo. Seriamos muito mais leves e harmoniosos se todos soubéssemos entender e viver isso.
Dia desses fui longe, muito longe mesmo, pensando na relação que temos com uma pessoa qualquer que cruzamos ali e nos vínculos invisíveis que não nos damos conta. Já percebeu como nossa vida é, corriqueira e simplesmente, entregue a alguém? Foi olhando pro asfalto correndo em baixo de minha cara que eu parei pra pensar nisso. Senti frio na barriga lembrando como é frágil o fio da vida. A minha estava ali entregue a um motorista de ônibus que nunca troquei uma palavra e nem sequer vi o rosto. Se ele resolvesse mudar a rota, eu ia junto.
Todos os dias eu cruzo com dezenas de pessoas com uma bagagem diferente, mas com um peito palpitante como o meu. É tão comum desprezar os rostos que passam sem considerar que são mentes que, assim como eu, têm um mundo em seus pensamentos. E como é complicado entender cada rosto que nos rodeia, só nós podemos saber do nosso próprio mundo, como ele é de fato, como é sentir-se nele. Ai que vem essa palavra: próprio. Nos acostumamos tanto a ela que ela passou a vir antes de tudo em nossas ações, escolhas e pensamentos. Essa palavra tem um encargo muito forte nas nossas vidas porque, além de já estar cravada em nós desde quando aprendemos os sentidos das próprias palavras, ela é responsável também por nossa conduta. Se não soubermos nos “desapropriar” dela, acabamos construindo outros valores.
No meu ponto de vista, o individualismo acaba sendo algo automático em nós. Temos de nos defender de riscos e buscar nosso bem estar, sem que pra isso haja um calculo ou uma ordem, nós apenas vivemos cumprindo com isso sem notar. Por que comemos e por que trabalhamos? Seria como dizer que há uma lei natural. E talvez por isso é que nos habituamos tanto ao próprio e desapropriar-se de si parece algo tão longe. Porém, por outro lado, vejo gente que esquece de onde vem, vejo gente que não enxerga mais nada além do seu umbigo, vejo gente que passa por cima de gente. E então penso que apesar de sermos todos peitos palpitantes, cada um tem dentro de si algo que vai além do que a “lei natural” nos diz, existem essências diferentes, essa é a única forma de tentar entender essa discrepância.
Sou também um ser egoísta, um errante. Mas diante de meus olhos a injustiça e a maldade de alguns homens causam repugnação. Por mais que eu entenda que o pensamento individual está inserido em nós quanto seres humanos errantes, muito do que vejo passa além dessa compreensão. O homem que se engrandece de tal forma que esquece que o outro também é homem. A falta de humanidade, de coração, de afeto... O ego que não deixa ver relação de dependência com um dito inferior, com um igual visto sempre como nada. Nunca se permitirão ver as vidas ligadas às outras? Isso eu não consigo entender e talvez nem queira, me assusta imaginar o que mais de sujo pode estar dentro das pessoas. O que posso e faço é corrigir meus erros egoístas, buscar ser uma doença a menos nesse mundo.
Dia desses fui longe, muito longe mesmo, pensando na relação que temos com uma pessoa qualquer que cruzamos ali e nos vínculos invisíveis que não nos damos conta. Já percebeu como nossa vida é, corriqueira e simplesmente, entregue a alguém? Foi olhando pro asfalto correndo em baixo de minha cara que eu parei pra pensar nisso. Senti frio na barriga lembrando como é frágil o fio da vida. A minha estava ali entregue a um motorista de ônibus que nunca troquei uma palavra e nem sequer vi o rosto. Se ele resolvesse mudar a rota, eu ia junto.
Todos os dias eu cruzo com dezenas de pessoas com uma bagagem diferente, mas com um peito palpitante como o meu. É tão comum desprezar os rostos que passam sem considerar que são mentes que, assim como eu, têm um mundo em seus pensamentos. E como é complicado entender cada rosto que nos rodeia, só nós podemos saber do nosso próprio mundo, como ele é de fato, como é sentir-se nele. Ai que vem essa palavra: próprio. Nos acostumamos tanto a ela que ela passou a vir antes de tudo em nossas ações, escolhas e pensamentos. Essa palavra tem um encargo muito forte nas nossas vidas porque, além de já estar cravada em nós desde quando aprendemos os sentidos das próprias palavras, ela é responsável também por nossa conduta. Se não soubermos nos “desapropriar” dela, acabamos construindo outros valores.
No meu ponto de vista, o individualismo acaba sendo algo automático em nós. Temos de nos defender de riscos e buscar nosso bem estar, sem que pra isso haja um calculo ou uma ordem, nós apenas vivemos cumprindo com isso sem notar. Por que comemos e por que trabalhamos? Seria como dizer que há uma lei natural. E talvez por isso é que nos habituamos tanto ao próprio e desapropriar-se de si parece algo tão longe. Porém, por outro lado, vejo gente que esquece de onde vem, vejo gente que não enxerga mais nada além do seu umbigo, vejo gente que passa por cima de gente. E então penso que apesar de sermos todos peitos palpitantes, cada um tem dentro de si algo que vai além do que a “lei natural” nos diz, existem essências diferentes, essa é a única forma de tentar entender essa discrepância.
Sou também um ser egoísta, um errante. Mas diante de meus olhos a injustiça e a maldade de alguns homens causam repugnação. Por mais que eu entenda que o pensamento individual está inserido em nós quanto seres humanos errantes, muito do que vejo passa além dessa compreensão. O homem que se engrandece de tal forma que esquece que o outro também é homem. A falta de humanidade, de coração, de afeto... O ego que não deixa ver relação de dependência com um dito inferior, com um igual visto sempre como nada. Nunca se permitirão ver as vidas ligadas às outras? Isso eu não consigo entender e talvez nem queira, me assusta imaginar o que mais de sujo pode estar dentro das pessoas. O que posso e faço é corrigir meus erros egoístas, buscar ser uma doença a menos nesse mundo.
3 comentários:
tá meio confuso o que eu quis dizer...
Nossa Tamara, estava com saudade do teu blog, fazia tempo que não o visitava. ^^, Belo texto, hoje passamos na rua com pedintes que se humilham para pedir um trocado e achamos "não quis estudar tá aí" ou então "tá doente, tem sua aposentadoria", mas pra se humilhar daquele jeito tem que tá precisando... :( E o motorista do ônibus, eu até esqueço que por pelo menos 1 hora diária ele me guia...
Oi, Tammy, boa tarde!!
Não há nada de confuso no seu texto, menina!! rs
Gosto demais da palavra “equilíbrio”. Egoísmo e anulação do eu são dois extremos que se opõem ao equilíbrio. Esse “senso” dá espaço e lugar para todos, em nossas vidas, cada qual no seu devido espaço e lugar. Tudo tem seu tempo, e há tempo para a individualidade; há coisas que só pertencem ao mundo individual. Mas o permanente estado de egocentrismo ou egoísmo é doença que rouba de nós o afeto, a bondade, o amor, a compreensão; torna-nos prepotentes e mesquinhos. Por outro lado, o permanente estado de pensar nos outros nos faz perder crédito diante deles mesmos. Se nos dermos completamente, ao invés do reconhecimento, teremos perdido todo o nosso valor para as pessoas.
Amei seu texto. Ele, como sempre, é sincero, direto. Você sempre propõe uma direção – e ela é sempre bastante significativa.
Por isso amo seu blog desde meu outro blog.
Um beijo carinhoso, e cuide-se bem.
Leo
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