"Ninguém te ensinará os caminhos. Ninguém me ensinará os caminhos. Ninguém nunca me ensinou caminho nenhum, nem a você, suspeito. Avanço às cegas. Não há caminhos a serem ensinados, nem aprendidos.”
(Caio Fernando Abreu)
Tudo é risco, tudo é improvável. A única coisa que se pode ter certeza é viver. Aliás, nem isso. O certo é o incerto. Incerto para nós. Planos, mapas, previsões... Nada promove afirmativas! Isso tem me causado lágrimas, um monte delas. Me faz distante também, tristemente desacreditada. Só depois de engolidas algumas horas de reflexão, lembro do que ouvi um dia sobre o tempo de Deus. Há o tempo certo para as coisas acontecerem, inclusive para o caminho tão incerto. Isso sim é correto. Se não fosse minha teimosia em querer logo o tempo de encaixar os eixos, minha cabeça estava confortada. Conheço o conforto, mas preciso mesmo é que não me falte paciência... Tem faltado.
4 comentários:
Lindo, querida.
Como me vi no seu post.
a verdade é que falta paciencia no mundo, está é a nova doença.
bjOus
Às vezes me vejo impaciente, principalmente nesses últimos dias, e nessas horas me vem uma angústia, e um não sei mais o que... Mas estar nesse estado nos ajuda a pensar, essa linha transitória entre o permanecer e o ir pode ser angustiante, mas é um meio de reflexão. E paciência sempre, mesmo não sendo bem-vinda, paciência. Gostei muito do post Tamara.
Tamara, bom dia!!
Gostei demais do seu texto. É, como sempre, muito verdadeiro, muito você, muito sincero, e se encaixa plenamente à verdade dos fatos.
Na verdade, seu texto é infinitamente melhor que o do Caio, e os dois não estão em sintonia. O texto dele, infelizmente, não contém uma só verdade. A crer-se no que foi expressado, a vida humana seria o caos, não haveria sociedade, educadores seriam tolos lutando contra o impossível, e as prosaicas placas de trânsito seriam inúteis. Só quem avança às cegas é um cego... Ou, em não sendo, um tolo.
Um beijo carinhoso
Lello
Lello, bom dia!
Muito obrigada (obrigada aos outros também). Você é aquela pessoa sincera que conhece a minha sinceridade tão bem. Gosto muito disso!
Bom, pode ser que tenhamos uma percepção diferente quanto ao texto do Caio. Eu o usei neste post porque, a meu ver, ele quis deixar basicamente a mesma mensagem que eu. Eu vejo o texto falar sobre o caminho incerto, sobre não ter como prever, nem aprender a prever, o nosso destino. Ninguém pode nos dar garantia de nada, muito menos nós mesmos, por isso o "avançar às cegas". E acho o "avançar" de grande importancia em meio às incertezas do futuro.
Talvez tenha mesmo ficado sem sincronia, uma vez que pode-se fazer outras atribuições ao texto de Caio. Obrigada pela crítica!
Um abraço forte!
Postar um comentário
Palavras bem-vindas...