sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

NÓStalgia

  Me pergunto: realmente os tenho? Existe um laço entre nós, nó frouxamente firme. É que o que une uma pessoa a outra é um amontoado de nós, uns por cima dos outros, feitos instante a instante, amarrados. Nós fracos e fortes.
  Então, essas amarrações, essas que fiz entre tantos nós, são minhas? Não, elas são nossas. Se o outro lado da corda resolve ceder, que nó se sustenta? O nó precisa de duas pontas unidas. Eu não possuo os nós sem que nós queiramos, juntos, possui-los. 
  Por tantas vezes vejo minha corda soltar, o nó se desfazer... Eu vou ficando sozinha, sozinha, sozinha... Olho pras marcas da minha corda, tantos nós já houveram nela. E até que não faz mal, já quis me soltar por tantas vezes também.
  Nós são realmente frágeis, eu não preciso tê-los sozinha. O que eu entendo por ser meu é apenas essa nostalgia de nós, da gente. Se nós não formos apenas os nós da nostalgia, vamos amarrar nossas cordas tantas outras vezes ainda. Soltá-las, amarrá-las, afrouxá-las, apertá-las.
  As melhores cordas resistem por uma vida! Se formos melhores para nós, teremos os nós refeitos mesmo que o tempo corte essas nossas cordas. Lembra? O nó é nosso, se quisermos tê-lo juntos!


3 comentários:

Guilherme Fraga disse...

Ninguem é amigo sozinho, por mais que tente viver no singular, sempre sentirá falta dos "s".
E se os Nós desatam, é pq eles não são tão firmes. Basta ter esperança, um dia ele será definitivo.

Viviana Ruiz disse...

hehehhehehe
titulo bem criativo, viu?
ahhh é verdade, as vezes restam apenas marcas nas cordas... só isso, marcas.

Mar disse...

Oi, Tam, boa tarde!
A foto fala de laços... O texto, de nós... Laços são suficientes para juntar; nós são decisões de prender. Só que, tanto o laço quanto o segundo nó se dão em cima do primeiro nó. O primeiro nó não prende, apenas prepara para o laço ou para o segundo nó. Se nós têm se soltado, havia apenas um nó. Se ele se soltou, não se deu sobre ele nem laço nem segundo nó. Era apenas um estágio primário, não era decisivo. Nossas vidas estão cheias de primeiros nós. O dolorido é se um primeiro nó deixou em nós o desejo do laço ou do segundo nó que nunca ocorreu... Isso dói. Mais do que tudo, em matéria da arte dos nós.
Amei o trocadilho do título, nostalgia (grego: “nostos” – voltar para casa + “algos” que deriva para algia – dor = dor de voltar para casa, dor de voltar para algum nó perdido porque foi somente o primeiro).
Amo seu blog.
Um beijo muito carinhoso,
Lello

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