sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A gente espera do mundo e o mundo espera de nós

  Aah como eu queria poder jogar tudo pro alto, largar mão dos paradigmas impostos pela sociedade e só ter a beleza das coisas mais simples que me fazem sorrir; e fazer também com que todos fizessem. É uma pena que eu esteja num mundo maluco, que seria até uma comédia se não fosse tão doente. Eu fico é asfixiada só de pensar em relógio, dinheiro e gente. GENTE, não existe complicação maior que gente! Aquela gente mesquinha que tem o hábito de trabalhar para viver e viver pra trabalhar, e se contenta com isso de tal forma tornando tudo amargo e seco. E como se não bastasse, fazem questão de contaminar tudo que está por perto com um pessimismo barato. Sinto muito, mas comigo não, mermão!
  Eu quero mesmo é viver numa rotatividade sem fim pra poder experimentar sempre o gostinho de não ser padronizada como gente. Meu desejo é o transitório, o intenso, a vivacidade! Mesmo que eu tenha que sofrer o peso do coração sangrando e da lágrima escorrendo, vou continuar preferindo não ser igual.
  E sabe do mais? Eu acredito sim na plantinha da vida, posso até ser boba, mas cuido disso pra valer; e será mesmo que é bobeira encarar que existe a semente que a gente planta pra mais tarde colher os frutos? É a lei do retorno, rapaz, uma das poucas verdades que se pode saber sobre essa coisa louca que é viver. E quando o que volta pra mim é ruim, tenho a consciência de que foi, de alguma forma, por conseqüência de meus erros, isso tranquiliza (pelo menos comigo é assim). Do mesmo modo, as coisas boas chegam, e elas são retribuições daquilo de bom que a gente já cultivou. Então, aqui estou eu, dentro do meu limite (tenho o pé no chão sim!), extraindo aquilo que há de melhor do peito e permitindo que as coisas fluam da melhor maneira, até onde eu possa levar antes da próxima mudança.


  Pô, eu queria pôr isso pra fora sem que parecesse piegas, só que resolvi nem me preocupar mais, uma vez que, melhor ser piegas do que não ser verdadeiro. Vão dizer: "Que garota ingênua, conhece nada do mundo", e eu vou responder: "Sou boba, tô no mundo e vou descobrir muito mais dele do que essa gente que não apetece de mudanças e de riscos".
  Estou à margem do que me sufoca, num ponto em que conheço o que não presta e me mantenho observadora silenciosa, só maquinando uma fuga. Que fique claro, eu sou inconstante e pretendo ainda me aventurar demais em busca de instantes felizes sem rótulos, personagens, falas e comparativos. Tudo isso com a cabeça feita de que sou eu a principal e única responsável pela mistura agridoce que recebo da mundo, é uma verdadeira troca! Sei que hoje, até poderia me permitir mais, deixar de lado alguns medos, mas isso é também, justamente, uma questão de transitoriedade minha, apenas minha.

8 comentários:

Ruan Andrade disse...

Boba será a pessoa que te criticar Pequena ..
O que você vive é o que muitos não tem coragem de viver.

Ótimo post, bem reflexivo !
beeijão :)

Anônimo disse...

Somos duas! Vc me descreveu!

Bjão!

Isabelle M. disse...

Entendo perfeitamente...

Maria Midlej disse...

Que bom de ler, velho. Dá um gás. haha
adorei.

Rebeca Amaral disse...

Se joga, menina! A vida até que é um tantinho bonita. É sim.

beijos, flor.

Isadora disse...

essa foto da mão com os coraçõezinhos aqui do lado é uma coisa tão linda, mais tão lindaaaa....

Anônimo disse...

entendo viu..
observe, na hora certa, jogue-se ou espere mais um pouco - você sente

respire fundo e vá

bjs

Mar disse...

Um dia eu descobri que havia um garoto ingênuo e bobo morando dentro de mim, que não queria escandalizar o mundo; mas queria somente ser autêntico, com a naturalidade de quem entra num restaurante classe “a”, pede um café com leite e pão, e coloca o pão dentro do café com leite para comê-lo... Hummm! Mas depois eu vi que, com essa mesma ingenuidade, alguns entravam num restaurante, de qualquer classe, e subiam em cima das mesas de sapato e tudo, com a naturalidade de quem sobe em cima da mesa, de sapato e tudo... Resultado: com a mesma inquietação com que me sinto limitado, eu percebo que preciso ser limitador, e o que separa uma coisa da outra é o que chamamos de limite, e que esse tal limite obedece ao que chamamos de consciência... Então, deixei o garoto ingênuo e bobo tomar a liderança de meus pensamentos, palavras e atos, e disse a ele: seja você mesmo, em todo lugar, e que Deus abençoe sua consciência, para que você conheça os limites entre ser e fazer, pensar e agir, confrontar e viver...
Um beijo carinhoso
Lello
P.S. Eu não sei como pegar meu selo, moça ingênua e boba...

Postar um comentário

Palavras bem-vindas...