"Regar o jardim, para animar o verde!
Dar água às plantas sedentas! Dê mais que o bastante.
E não esqueça os arbustos, também
Os sem frutos, os exautos
E avaros! E não negligencie
As ervas entre as flores, que também
Têm sede. Nem molhe apenas
A relva fresca ou somente a ressecada:
Refresque também o solo nu."
sábado, 17 de dezembro de 2011
sábado, 3 de dezembro de 2011
A beleza que fluir.
Descobri que sorrisos sinceros de vez ou outra são mais valiosos que gentilezas efêmeras que tentam se manter todos os dias, mas que os dias não ajudam ou não foram mesmo feitos para elas. E em vez de me entristecer com a automaticidade de certos 'bons dias' e cumprimentos, passei a reparar mais naqueles gestos singelos que me são oferecidos. Aquelas pessoas, que apesar de não participarem da sua correria diária, podem te oferecer um sorriso de satisfação ao te acenar na rua. Aquelas pessoas, que mesmo que não tenham tempo de estarem se atentando a você, podem despertar um carinho mútuo com apenas um abraço caloroso de saudade, ainda que estejam mais próximas fisicamente que um velho amigo que foi morar distante. Aquelas simples pessoas, que de tão simples, podem deixar seu olhar sorridente pro resto do dia só em trocar algumas palavras. Não precisamos nos prender aos sentimentos faltados por aqueles que nos querem bem apenas por aparências. As vezes até ser simpático com essas pessoas em busca de um sorriso, pode tudo estragar soando como hipocrisia. Vamos demonstrar carinho a elas se vier a vontade de dentro sim, mas sem esperar sempre trocas leais, porque um belo dia batemos com a cara no poste olhando pra trás ao esperar um sorriso de verdade de volta. Isso muito já me magoou e por certo tempo me fez retraída de interagir com as pessoas. Mas tenho aprendido, ainda bem, a deixar fluir de mim e valorizar mesmo quem me flui com pureza, aquele que toca ao coração. Sentimentos verdadeiros só acontecem assim.
"Quem tenta ajudar a borboleta
a sair do casulo a mata.
Quem tenta ajudar um broto
a sair da semente o destrói.
Há certas coisas que não podem ser ajudadas.
Tem que acontecer de dentro para fora."
(Rubem Alves)
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Doce sentir
Queria uma caixinha que pudesse guardar meus sorrisos junto as minhas melhores sensações. Tenho tido ótimos deles, tenho deixado o ‘apesar dos pesares’ de lado, tenho vivido. E queria, queria muito, poder colocar isso numa caixa e carregar comigo pra que toda vez que a tristeza viesse atrás de mim eu a abrisse e mostrasse o quanto posso ser feliz quando me permito viver o sentir. Sentidos, sensações, sentimentos, sentires. Vou então guardar no tumtumtum do peito todos eles, talvez seja a melhor caixinha que eu posso ter ao meu alcance. Tomara que caiba bastante e que me faça recordar como é bom fazer (e me fazer) sorrir.
terça-feira, 1 de novembro de 2011
Desenlace desumano
Vivemos num elo e nossas vidas dependem dele. E em meio a tantos ideais egoístas, a tanto individualismo, deixamos de enxergar essa cadeia que cada um de nós participa junto ao outro. Nós não somos seres independentes, não mesmo. Seriamos muito mais leves e harmoniosos se todos soubéssemos entender e viver isso.
Dia desses fui longe, muito longe mesmo, pensando na relação que temos com uma pessoa qualquer que cruzamos ali e nos vínculos invisíveis que não nos damos conta. Já percebeu como nossa vida é, corriqueira e simplesmente, entregue a alguém? Foi olhando pro asfalto correndo em baixo de minha cara que eu parei pra pensar nisso. Senti frio na barriga lembrando como é frágil o fio da vida. A minha estava ali entregue a um motorista de ônibus que nunca troquei uma palavra e nem sequer vi o rosto. Se ele resolvesse mudar a rota, eu ia junto.
Todos os dias eu cruzo com dezenas de pessoas com uma bagagem diferente, mas com um peito palpitante como o meu. É tão comum desprezar os rostos que passam sem considerar que são mentes que, assim como eu, têm um mundo em seus pensamentos. E como é complicado entender cada rosto que nos rodeia, só nós podemos saber do nosso próprio mundo, como ele é de fato, como é sentir-se nele. Ai que vem essa palavra: próprio. Nos acostumamos tanto a ela que ela passou a vir antes de tudo em nossas ações, escolhas e pensamentos. Essa palavra tem um encargo muito forte nas nossas vidas porque, além de já estar cravada em nós desde quando aprendemos os sentidos das próprias palavras, ela é responsável também por nossa conduta. Se não soubermos nos “desapropriar” dela, acabamos construindo outros valores.
No meu ponto de vista, o individualismo acaba sendo algo automático em nós. Temos de nos defender de riscos e buscar nosso bem estar, sem que pra isso haja um calculo ou uma ordem, nós apenas vivemos cumprindo com isso sem notar. Por que comemos e por que trabalhamos? Seria como dizer que há uma lei natural. E talvez por isso é que nos habituamos tanto ao próprio e desapropriar-se de si parece algo tão longe. Porém, por outro lado, vejo gente que esquece de onde vem, vejo gente que não enxerga mais nada além do seu umbigo, vejo gente que passa por cima de gente. E então penso que apesar de sermos todos peitos palpitantes, cada um tem dentro de si algo que vai além do que a “lei natural” nos diz, existem essências diferentes, essa é a única forma de tentar entender essa discrepância.
Sou também um ser egoísta, um errante. Mas diante de meus olhos a injustiça e a maldade de alguns homens causam repugnação. Por mais que eu entenda que o pensamento individual está inserido em nós quanto seres humanos errantes, muito do que vejo passa além dessa compreensão. O homem que se engrandece de tal forma que esquece que o outro também é homem. A falta de humanidade, de coração, de afeto... O ego que não deixa ver relação de dependência com um dito inferior, com um igual visto sempre como nada. Nunca se permitirão ver as vidas ligadas às outras? Isso eu não consigo entender e talvez nem queira, me assusta imaginar o que mais de sujo pode estar dentro das pessoas. O que posso e faço é corrigir meus erros egoístas, buscar ser uma doença a menos nesse mundo.
Dia desses fui longe, muito longe mesmo, pensando na relação que temos com uma pessoa qualquer que cruzamos ali e nos vínculos invisíveis que não nos damos conta. Já percebeu como nossa vida é, corriqueira e simplesmente, entregue a alguém? Foi olhando pro asfalto correndo em baixo de minha cara que eu parei pra pensar nisso. Senti frio na barriga lembrando como é frágil o fio da vida. A minha estava ali entregue a um motorista de ônibus que nunca troquei uma palavra e nem sequer vi o rosto. Se ele resolvesse mudar a rota, eu ia junto.
Todos os dias eu cruzo com dezenas de pessoas com uma bagagem diferente, mas com um peito palpitante como o meu. É tão comum desprezar os rostos que passam sem considerar que são mentes que, assim como eu, têm um mundo em seus pensamentos. E como é complicado entender cada rosto que nos rodeia, só nós podemos saber do nosso próprio mundo, como ele é de fato, como é sentir-se nele. Ai que vem essa palavra: próprio. Nos acostumamos tanto a ela que ela passou a vir antes de tudo em nossas ações, escolhas e pensamentos. Essa palavra tem um encargo muito forte nas nossas vidas porque, além de já estar cravada em nós desde quando aprendemos os sentidos das próprias palavras, ela é responsável também por nossa conduta. Se não soubermos nos “desapropriar” dela, acabamos construindo outros valores.
No meu ponto de vista, o individualismo acaba sendo algo automático em nós. Temos de nos defender de riscos e buscar nosso bem estar, sem que pra isso haja um calculo ou uma ordem, nós apenas vivemos cumprindo com isso sem notar. Por que comemos e por que trabalhamos? Seria como dizer que há uma lei natural. E talvez por isso é que nos habituamos tanto ao próprio e desapropriar-se de si parece algo tão longe. Porém, por outro lado, vejo gente que esquece de onde vem, vejo gente que não enxerga mais nada além do seu umbigo, vejo gente que passa por cima de gente. E então penso que apesar de sermos todos peitos palpitantes, cada um tem dentro de si algo que vai além do que a “lei natural” nos diz, existem essências diferentes, essa é a única forma de tentar entender essa discrepância.
Sou também um ser egoísta, um errante. Mas diante de meus olhos a injustiça e a maldade de alguns homens causam repugnação. Por mais que eu entenda que o pensamento individual está inserido em nós quanto seres humanos errantes, muito do que vejo passa além dessa compreensão. O homem que se engrandece de tal forma que esquece que o outro também é homem. A falta de humanidade, de coração, de afeto... O ego que não deixa ver relação de dependência com um dito inferior, com um igual visto sempre como nada. Nunca se permitirão ver as vidas ligadas às outras? Isso eu não consigo entender e talvez nem queira, me assusta imaginar o que mais de sujo pode estar dentro das pessoas. O que posso e faço é corrigir meus erros egoístas, buscar ser uma doença a menos nesse mundo.
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Ventania
Reinvento
tudo outra vez.
Sem cautela me desfaço,
me atraso e mudo o mês
Rein vento,
encontro a calma
Devagarinho os pés descalço
pra então lavar a alma
Reinvento
há tanto tempo
Esqueço os erros e os acertos
e busco apenas alento
Rein vento,
nada a me arrastar
E entre meus tantos apelos
só me recordo o de voar
[ Blackbird - The Beatles ]
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
SEMtidos
"Tô sozinha" Essa é a ideia que fica transitando em minha cabeça, estando ela sã ou não. É que há certo desvinculo, algo que me desprende e não tem cola que ajude. Pessoas, ideias, rotinas; tudo acaba se tornando comum e me causando náuseas. E ai não vejo como correr, esse 'sentido' fica estático dentro de mim, e eu consigo afastar afetos sem nem me dar conta. Me sinto egoísta, feia. Mas peço pra que não leve a mal, faz parte de um descontrole no meu sentir. Eu sinto que sinto, ou que deixo de sentir. Pior, sinto medo de nunca me permitir sentir *junto* e me sentir só, dentro dum ciclo. E nesse clico vem a contradição, a minha contraposição, sei que preciso mesmo é de alguém sentindo comigo.
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Interiorizando e só exalando o bem.
Gosto de me desconectar lá de fora. Essa semana os astros aconselharam: “...aproveite que é um ser bastante interior e reflita mais sobre o que pode mudar para melhor o seu redor”. E eu segui a risca. Me sinto mais leve por admitir erros que o meu orgulho não queria me deixar enxergar. Coisa que, no fundo, até sabia que não funcionava do jeito correto e que não era leal comigo e com os outros, e pensei em mudar.
“Astros em Leão acionam seu orgulho, vaidade e espírito de luta. Para quem sente o mundo de forma tão intensa e delicada como você, é boa opção canalizar essa garra toda nas artes.” E na verdade, eu consegui aliviar meus problemas com Leão. De certa forma, esses dias mudei o meu exterior interiorizando primeiro. “Porque não dar o braço a torcer?”, pensei comigo. Isso me fez bem, apesar de ainda restar muito o que elucidar e desabafar. Confesso que meu nervosismo ao falar de minhas fraquezas ainda é um ponto negativo, que impede que eu me expresse bem e descarregue o que há pra descarregar duma vez. Sempre fica restando alguma frase. Mas pra início, acredito que já me fez leve sim.
Ontem eu pensei em pensar só em mim, me valorizar. Hoje penso mais no coletivo, no bem de fora que vai fazer bem aqui dentro também, e isso não descarta o meu valor. É que quanto a isso eu tinha um pensamento frustrado com as decepções que já vivi, e então ficava com aquele egoísmo resolvendo pensar mais em si e só. Isso era rancor. E agora o que mais quero é me desvencilhar de sentir algo assim.
Ontem eu pensei em pensar só em mim, me valorizar. Hoje penso mais no coletivo, no bem de fora que vai fazer bem aqui dentro também, e isso não descarta o meu valor. É que quanto a isso eu tinha um pensamento frustrado com as decepções que já vivi, e então ficava com aquele egoísmo resolvendo pensar mais em si e só. Isso era rancor. E agora o que mais quero é me desvencilhar de sentir algo assim.
Ainda continuo me calando, guardando e pensando mais que falando. Tenho lido horóscopo e ouvido novas músicas. Muito se encaixa, muito me inspira. Tenho meus momentos, e neles eu preciso ouvir a melodia que vem aqui de dentro. Preciso me sentir. Acho que não deve deixar de ser assim, mesmo quando eu esteja acumulada. É que têm coisas que só cabem a mim, elas não precisam preocupar as outras pessoas, porque sei o percurso que elas vão fazer. E elas mudam. É melhor calar que falar, porque quando mais tarde eu me curar, vou ficar com aquele peso errado do lado de fora. E pra fora, eu quero muito deixar tudo leve e harmonioso.
domingo, 21 de agosto de 2011
Olvido: ato ou efeito de olvidar; esquecimento.
"Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.
Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão."
Memória, Carlos Drummond de Andrade.
sábado, 13 de agosto de 2011
pra findar a madrugada
Madrugada é uma coisa louca, e grande. Incrível como dura quando me afundo nesses pensamentos que não têm fim. Parece até que ela quer vencê-los! Agora mesmo, to aqui procurando uma fuga dessa disputa. Parei de pensar pra ver se a madrugada se cansa e adormece logo... Tenho planos para hoje de manhã. E planejo sem pensar também. Mas como não querer cair nesse mistério dos pensares infinitos em mim?
(Hoje, no rascunho do celular, 04:27)
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Recomeça; tudo que vai, tudo que vem.
E é disso que faço o meu alento, meu olhar e caminhar. É que nessa vida, o viver ou parece desgaste ou parece esperança... Eu fico com a segunda opção.
"Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...
Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...
E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...
E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.
Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.
Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!
E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas..."
(Mario Quintana)
A vida assim, jamais cansa...
Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...
E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...
E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.
Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.
Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!
E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas..."
(Mario Quintana)
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Flores nos sonhos
(Sonho de Uma Flauta - O Teatro Mágico)
Sonhar por sonhar, sem sonhar no alcançar, me parece mais pesadelo. Somos todos dotados desse dom, o de sonhar. Então porque não querer vivê-lo, buscá-lo? Tem sonho de gente por aí que se despedaça feito papel na água, tá cheio de palavras e planos, mas por descuido desprende das mãos e falta a coragem de correr contra o vento antes que caia e encharque. Sonhar devia estar andando sempre ao lado da busca. Como é lindo chegar a um lugar esperado, realizar um desejo antigo... Se temos a capacidade de lá chegar, vamos! Só necessitamos ser crédulos e ter espírito leve pros sonhos estarem sadios. Praticando sonhos de bem, tornando-os sonhos que se sonha de verdade, das folhas de papeis ao vento podem nascer flores pra alegrar um bocado esse mundo doentio.
(Foto: Isadora Carvalho http://www.flickr.com/photos/isadoracarvalho/)
“E se um dia,
Você dormisse?
E se, em seu sono,
Você sonhasse?
E se, em seu sonho,
Você fosse até o céu
E lá, colhesse uma bela e estranha flor
E se, quando você acordasse,
Você tivesse a flor na mão?
E então?”
(Samuel Coleridge)
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
(In)decisão
Das minhas fraquezas, muito me aflinge sempre ficar na dúvida. "Ah, mas as duvidas são normais..." E são mesmo, quando não se tornam quase que uma fobia das coisas. Sempre me vejo perdida nas vezes em que eu preciso tomar decisões importantes, e confesso que até pras mais tolas sinto essa dificuldade. A maldita indecisão me fragiliza de verdade e eu venho tentando mudar a maneira de encarar os momentos de escolha, mesmo sabendo que eu talvez não possa mudar isso por inteiro porque é tem coisas que são traços das características da gente.
Não se pode querer mudar tudo de uma vez, atroplear a si próprio. Eu já quis me mudar da água pro vinho, inclusive a respeito das inseguranças nas escolhas que tanto me aflingem, mas com o tempo passei a entender a gente possui alguns defeitos que acabam sendo efeitos no nosso modo de ser. Posso dizer que eu não nasci pra ser decidida, mas tenho aprendido a lidar com isso. Sim, vai continuar me causando dores de cabeça ainda, mas é uma barreira que eu entendo que vai precisar ser superada a cada escolha que tiver de ser feita e isso, de certo, vai acabar sendo sempre uma aprendizagem nova absorvida. E por que nao?
Quando me chega a indecisão, um dos medos que vêm junto é o arrependimento. “E se eu escolher fazer isso e depois descobrir que melhor seria da outra forma?” Pensar em se arrepender por causa de decisões que nem foram tomadas é sofrer por antecipação. Caindo em mim, notei que todas as dores que eu antecipei já me desgastaram demais e não tem porquê eu me maltratar tanto assim. O outro lado sempre há de existir, cada escolha que eu fizer virá acompanhada de uma ou duas renuncias e pensar nas tais não me vai trazer nada de volta, muito menos a certeza de que esse outro lado seria o certo ou o errado. E foi a partir disso que eu comecei a aprender a conter esse medo, a não me descontrolar tanto.
Nos últimos dias, chegar a essa conclusão foi a superação de um único fato, talvez o de maior indecisão e medo que já tive. Depois de muita balança, de mapas conceituais e de bastante lágrima por conta do desespero que eu sentia ao achar que não ia conseguir fazer o certo, eu resolvi descansar a cabeça. E foi assim, não pensando em nada específico, que me veio algo que eu poderia até chamar de amor próprio. Vi que me molestar com futuros ainda não vindos não me faria bem em nenhuma das escolhas que eu fosse fazer.
Resolvi escrever isso aqui pra deixar registrado um meu novo entender. Fica como um troféu que eu vou olhar, quando dúvidas pintarem por aí, e me espelhar no melhor que pode ser feito por mim. Saber a maneira que posso me fortalecer nas minhas fragilidades, foi o melhor que pude tirar disso tudo. Uma decisão foi tomada, ela é a que tinha de ser e que foi melhor ser. Quanto ao que não foi, não quero me agarrar aos questionamentos que vão estar junto se caso eu voltar a pensar nisso. E enfim, assim é bem mais fácil usar aquela balança, aquele mapa conceitual e até a própria lágrima pro meu melhor.
Não se pode querer mudar tudo de uma vez, atroplear a si próprio. Eu já quis me mudar da água pro vinho, inclusive a respeito das inseguranças nas escolhas que tanto me aflingem, mas com o tempo passei a entender a gente possui alguns defeitos que acabam sendo efeitos no nosso modo de ser. Posso dizer que eu não nasci pra ser decidida, mas tenho aprendido a lidar com isso. Sim, vai continuar me causando dores de cabeça ainda, mas é uma barreira que eu entendo que vai precisar ser superada a cada escolha que tiver de ser feita e isso, de certo, vai acabar sendo sempre uma aprendizagem nova absorvida. E por que nao?
Quando me chega a indecisão, um dos medos que vêm junto é o arrependimento. “E se eu escolher fazer isso e depois descobrir que melhor seria da outra forma?” Pensar em se arrepender por causa de decisões que nem foram tomadas é sofrer por antecipação. Caindo em mim, notei que todas as dores que eu antecipei já me desgastaram demais e não tem porquê eu me maltratar tanto assim. O outro lado sempre há de existir, cada escolha que eu fizer virá acompanhada de uma ou duas renuncias e pensar nas tais não me vai trazer nada de volta, muito menos a certeza de que esse outro lado seria o certo ou o errado. E foi a partir disso que eu comecei a aprender a conter esse medo, a não me descontrolar tanto.
Nos últimos dias, chegar a essa conclusão foi a superação de um único fato, talvez o de maior indecisão e medo que já tive. Depois de muita balança, de mapas conceituais e de bastante lágrima por conta do desespero que eu sentia ao achar que não ia conseguir fazer o certo, eu resolvi descansar a cabeça. E foi assim, não pensando em nada específico, que me veio algo que eu poderia até chamar de amor próprio. Vi que me molestar com futuros ainda não vindos não me faria bem em nenhuma das escolhas que eu fosse fazer.
Resolvi escrever isso aqui pra deixar registrado um meu novo entender. Fica como um troféu que eu vou olhar, quando dúvidas pintarem por aí, e me espelhar no melhor que pode ser feito por mim. Saber a maneira que posso me fortalecer nas minhas fragilidades, foi o melhor que pude tirar disso tudo. Uma decisão foi tomada, ela é a que tinha de ser e que foi melhor ser. Quanto ao que não foi, não quero me agarrar aos questionamentos que vão estar junto se caso eu voltar a pensar nisso. E enfim, assim é bem mais fácil usar aquela balança, aquele mapa conceitual e até a própria lágrima pro meu melhor.
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Nostalgia compartilhada
Os cabelos que insistem em sair
O vento persiste fazendo-os voltar
As folhas que insistem em cair
A árvore sempre tarda a soltar
É só o tempo que não para de voar
O derreter da calma ao sol
Depois, um horizonte mais perto
Perto a calma, perto o entardecer
Atrás dos muros de concreto
Pronde vai o viver?
Então, na aquarela do céu
as nuvens pintam com suas cores
Ao leo, amores.
(Tamara e Levi)
Fiz esse poema com uma amigo meu na Chapada Diamantina. Foi o seguinte, eu pedi pra que ele me falasse frases soltas sem ver o que eu tava escrevendo, dai fui encaixando com frases minhas. Então deu nisso ai, um registro nosso pra sempre. :)
terça-feira, 19 de julho de 2011
floridor
da flor, a flor e os espinhos
da flor, a flor e a dor
da flor, a flor e seu secreto
por que tão bela flor fere com tanto desamor?
da flor, a flor e a dor
da flor, a flor e seu secreto
por que tão bela flor fere com tanto desamor?
sexta-feira, 8 de julho de 2011
Olhar pra que te quero
Morro de medo do que meu olhar te diz, se é que ele sabe o que dizer e diz. Não! Ele que se cale duma vez e não ouse nem tentar me decifrar pra você. Preciso manter a linha do subentendido por enquanto. Essa coisa de correr o risco de nós dois conversarmos pelo olhar me dá certo frio na barriga. E se a gente se entender assim? E se eu me desfizer das minhas confusões por causa de você? Estarei perdida! Mas o pior é que quando eu me vejo começando a ficar assim ponho tudo a perder antes, e da forma mais ridícula. Pode acreditar. Então, é bom mesmo que meu olhar pense melhor antes de te olhar.
quinta-feira, 30 de junho de 2011
um minuto
Um dia, sem razão, você se joga na cama de uma maneira que nem chega a sentir impacto e pensa, pensa em nada. O que te falta? O que é esse vazio? Mesmo quando tudo parece estar caminhando certo, o coração desengrena e ainda por cima pede respostas do que são sabe sequer como se pergunta. Você, naquela cama, parece paralisar junto com os pensamentos. Horas pensando no mesmo nada parecem não passar de poucos minutos. O dia foi cansado e não houve grande novidade, você nem quer lembrar isso. Sua cabeça dá voltas pra só parar no mesmo lugar, no vazio. O vazio sem porquê? Não. Você até suspeita do motivo, ou melhor, do desmotivo. Mas sua cabeça ta muito ocupada com nada.
segunda-feira, 27 de junho de 2011
A flor que não agradava o jarro.
Naquela noite eu não tinha cabeça. Um corpo com um enfeite em vez de cabeça: era eu. Sorria e me enganava. Sim, sorrir era um engano ali. Eu sorria para agradar e achava que isso podia me ser um agrado também. Sorria, sorriam de volta... Mas eu nem tinha cabeça, nem tinha mente! Ali não se importavam se eu era um enfeite, compondo o espaço, ou se eu era um pensante como eles que além de sorrir sabia falar.
Todos conversavam, todos se adoravam e todos me viam como um daqueles jarros de flores. Flores são bonitas, jarros as vezes também são. Mas naquele lugar eles, assim como eu, estavam ali, apenas estavam. Jarros de flores não interagem, ficam parados esperando as flores fazerem o papel delas. Eu estava ali como um deles, aguardando a conversadeira acabar e cansada de observar e sorrir, que era o papel do enfeite em cima do meu corpo.
Eu sempre estive cansada de me enganar e não sabia, até por que eu não tinha cabeça, não havia como pensar nisso! Aquela sala, aquela mesa, aquela felicidade; eu não fazia parte de nada aquilo e nem tinha como me encontrar. Muitos dali nem me notavam, e os que notavam pareciam saber que eu não tinha cabeça. E por que eu não tinha cabeça? Ora! Ela era o lugar do enfeite que servia pra sorrir, lembra?
Jarros não têm cabeças, a flor fica no lugar. Porém, a flor não é do jarro, nunca foi. Do mesmo modo, aquele enfeite não era meu. Eu sorria para agradar aos outros, aqueles poucos que me viam. Eu sorria para achar que podia agradar. Não era o meu sorriso! E nem minha cabeça estava ali.
quinta-feira, 9 de junho de 2011
do que a boca fala.
Três segundos depois da fala, o coração estremece e avisa o peso pra consciência. É bem assim; estados de nervos, palavras falhas. Ou não-falhas. Essas palavras meio que são certeiras ao atingir seu alvo. Um alvo que não era de ser, não daquela forma. O coração não concorda com as palavras e faz pesar, faz pesar demais! Não dá pra entender o porquê de cuspir palavra que não é nossa, o que se sabe é que acontece quando algo de fora provoca lá dentro e entra desacordo com os quereres, ou até com a própria essência. Parece que esse jeito, que a fúria desperta, quebra a conexão que existe do peito com a boca. O peito não quer, a boca o desaponta! Ainda pior é o depois: o gosto amargo junto ao peso. O coração cumpre com seu responsável encargo de não deixar a consciência em paz. O que fazer? Voltar atrás? Agoniza ter exposto algo que não é de si, que não se quer pra si. Nem pro outro.
domingo, 29 de maio de 2011
O simples amar: único amar existente.
A gente ama quem a gente não tem vergonha de ser quem é, quem a gente sente ser amado e é amado pelo jeito que somos. Recheados de defeitos, manias, chatices... e de mil maneiras de fazer um ao outro feliz, o que pesa mais que tudo. Amamos quem nos faz sentir a vontade, quem nos deixa em casa com apenas um olhar. É juntamente ao amar que o sentir-se amado flui. Acontece quando entendemos que o outro ser amante tem defeitos como nós e qualidades que só um amor que é nosso é capaz de ter. Amo meus amigos que me fazem sentir amor amado de alguem que ama simples e puro!
sábado, 28 de maio de 2011
Mutante
Tenho que me desligar e fazer as malas todas as vezes que sinto que estou de volta ao mesmo caminho. Um caminho percorrido que se repete me parece um regresso. Meu comportamento instável diante de situações iguais são prova disso. Embora não existam roteiros que digam por onde devo ir e revelem a vontade dessa minha instabilidade, imagino que seja a força da mudança que me atrai; não me deixa repetir sensações com a mesma intensidade de outrora. Preciso tanto dessas mudanças, que nem um caminho de volta pra casa é feito de uma mesma maneira - mesmo que este use apenas da minha imaginação pra ter o novo -, e quando me pego repetindo passos vem aquele desligue meio frustrante. E assim, morro todos os dias pra nascer melhor, se é que eu fico melhor.
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Beleza no que há
Uma prosa de final de tarde, sabe? Quando refletimos com melancolia e revelamos, sem querer, nossas fraquezas mais bonitas. Fraquezas bonitas; aquelas sem razão, aquelas do coração. Elas seriam dos feitos mais lindos se não fossem apenas fraquezas bonitas. No fim da tarde, aquele gostinho de sol se pondo junto à brisa que a gente vê passando... Qualquer nostalgia que vem a tona torna-se uma bela fraqueza. As revelamos no embalo desse despedir do dia, como se estivéssemos com elas cansadas junto às desgastantes últimas horas. E assim como um suspiro de alívio ao ver o céu claro se desfazer, vão-se as fraquezas bonitas para o outro eu que tem fraquezas que melhor se embelezam junto às suas.
Era só uma prosa descansada.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
murmúrio
vazio profundo
profano pensar
liberdade uns segundos
deixe-me voar!
profano pensar
liberdade uns segundos
deixe-me voar!
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Um calo; um aprendo.
Tenho aprendido o silêncio. Também tenho o apreendido muito bem. Pra me segurar nos desequilíbrios angustiosos, pra manter um pouco de sapiência e pra, principalmente, conhecer o que deve ser moldado no meu viver.
Em silêncio, falo pelos cotovelos. Converso com meu muito, com meu pouco, com meu quase nada... Um silêncio é uma busca. Incontáveis palavras, infinitos sentidos. Calar-se pode ser saída ou principio básico para se falar o correto, sendo sucinto ou não.
Quantas vezes já não gastamos tantas palavras por uma idéia frágil e só depois, quando calados, descobrimos um outro sentido? Muito disso já aconteceu comigo pelo menos. Eu quis me justificar e buscar soluções, quando a resposta estava na minha cara; no pensar bem, no silêncio oportuno. Observar falas, saber discernir antes de concordar ou discordar, antes de dar opinião sobre o desconhecido...
É que tenho visto tanta mediocridade a respeito disso, que me sinto mal por qualquer julgamento injusto que eu tenha feito sem querer. Quando enxergo de fora esses defeitos, como o de julgar mal, sinto vontade de abolir até qualquer resquício disso. Esse é o momento que a gente pára, pensa e decide o que se deve mudar. Nos últimos dias, me deparei assim. Descobri que devo me atentar às minhas visões silenciosas e aos meus ideais com mais cabeça; tenho feito.
terça-feira, 26 de abril de 2011
Sopra sobre mim
Já não sei quantas vezes pensei em desistir, reformulei minhas idéias e recomecei do zero. Isso me leva a crer que deve existir alguma força que, ainda bem, me puxa de volta quando me entrego a correnteza. Não sei explicar o que me leva a recorrer sentimentos de perda; razões até tenho e as conheço bem, mas por que elas vêm a tona e me fragilizam quando bem entendem, eu não sei. Chego a pensar que basta dar trela ao pensamento profundo, estar em solidão, para que minhas inseguranças me empurrem ao desague. Só de solidão? Não é tudo. Se, realmente, eu ficar parada, me deterioro e vou embora na água violenta, acompanhada do muito de mim. Por sorte ou virtude da força própria, nunca chego a parar assim. Tenho um vento bom a meu favor porque ainda sou cheia de vida, mesmo que esta transite em opostos.
"Mas se me desmantelo ao acaso
Logo me refaço ao sabor do vento que sopra a favor
8 e 80 por ruas estreitas do pensamento"
(Tal do amor - Jay Vaquer)
sábado, 16 de abril de 2011
diferessência
"Há uma alma em mim
Há uma calma que não condiz
Com a nossa pressa
Com resto que nos resta
Lamentavelmente eu sou assim
Um tanto disperso
Às vezes desapareço
Pois depois recomeço
Mas antes me esqueço..."
[Sina Nossa - Fernando Anitelli]
domingo, 10 de abril de 2011
Nem 8, nem 80.
Chega de extremos! Quem foi que disse que eu preciso decidir a cor do meu céu tão depressa? Eu o quero alaranjado, breu total e muito azul claro. É meu! Não basta? Posso recolori-lo quantas vezes eu tiver vontade. E sabe por quê? Por que, simplesmente, eu não sou de uma escolha só. Muito menos as instantâneas. Não mesmo! E já estou cheia dessas frases feitas perturbando minha mente falando que é preciso ter apenas uma cor. Isso só pressiona e traz precipitações frustradas. Quero calma! Vou experimentar as cores que eu puder pra só então, quem sabe, me encantar por completo por uma. Pode estar aí a questão; meu unicamente deve ser o meu completamente. Então me deixe quietinha, mantendo um compasso incerto por enquanto. Nessa incerteza é que surpreendo.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Suspeitas da duvida.
Quer saber? Nosso amor nunca existiu. E não existe nenhum assim, não existe essa coisa que vem e vai embora com tanta rapidez. As vezes eu fico observando esses romances inacabáveis, esses que volta e meia terminam com gosto de que vão voltar dali a alguns dias, sabe? Pois bem, se fossemos um pedacinho de amor poderia ter dessas com a gente. Será que foi o seu orgulho ou meu mau costume de desacostumar que nos afastou tão depressa? Quem sabe se, em um deslize de nossos defeitos, nos deixássemos cruzar os caminhos outra vez seria mais amor do que foi... Do que não foi! Ou foi? É que quando volto a pensar no frio na barriga daquela chuva de despedida em ritmo de boas vindas, eu o sinto de volta. Sinto mesmo. Sinto até os detalhes que eu nem sabia que lembrava!
E então, o que faço com você? Não sei se te enquadro como meu desamor, ou se te chamo de mentirinha que passou... O resultado de nós dois foi aquele? Ou precisava tirar a prova real? Oh, mas pensando bem, esse vai e vem é muito disperso, esse sim é sem nome e não é amor meeesmo. Nós dois sempre tivemos cabeça intensa, mesmo que não passássemos isso um pro outro. Mas eu sabia. Você sabia. Então, essa brincadeirinha de amar em idas e vindas não foi, nem nunca seria nossa cara. Apesar de eu imaginar como podia ser a gente junto de novo num desses acasos da vida... Que tola, eu ainda penso nisso! Só que acho que existe uma diferença entre os incertos que nem sabem por que fazem o que fazem e os incertos que esperam um dia ser se tiver de ser DE VERDADE. Sou desse ultimo tipo. Acredito sim que pode ser um dia, um “melhor”, se for pra ser. E para acreditar nisso não acho que é preciso ficar feito louco querendo que dê certo a todo custo pra ontem.
Até hoje não sei o que fizemos conosco, ou melhor, o que desfizemos. Sem mais nem menos, eu poderia dizer, deixamos tudo pra lá. Por isso eu acho que não foi lá essa coisa de amor... Mesmo que eu ache lindo dizer que foi. Mesmo vendo você de longe e lembrando que eu recebia ‘te amo’ daqueles olhos, e mais, que eu retribuía com os meus! Mesmo ouvindo suas frases de má criação seguidas de lindos perdões em meus ouvidos até hoje! Mesmo olhando pra você e me lembrando de uma infinidade de fraquezas passadas. Mesmo tendo noção dos tantos sorrisos que você já me arrancou. Mas ainda assim, com uma infinidade de mesmos, eu teimo e repito que não foi amor!
se foi.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
(yn)
"Não quero viver como uma planta que engasga e não diz a sua flor
Como um pássaro que mantém os pés atados a um visgo imaginário
Como um texto que tece centenas de parágrafos sem dar o recado pretendido
Que eu saiba fazer os meus sonhos frutificarem a sua música
Que eu não me especialize em desculpas que me desviem dos meus prazeres
Que eu consiga derreter as grades de cera que me afastam da minha vontade.
Que a cada manhã, ao acordar, eu desperte um pouco mais para o que verdadeiramente me interessa."
Como um pássaro que mantém os pés atados a um visgo imaginário
Como um texto que tece centenas de parágrafos sem dar o recado pretendido
Que eu saiba fazer os meus sonhos frutificarem a sua música
Que eu não me especialize em desculpas que me desviem dos meus prazeres
Que eu consiga derreter as grades de cera que me afastam da minha vontade.
Que a cada manhã, ao acordar, eu desperte um pouco mais para o que verdadeiramente me interessa."
(Ana Jácomo)
sábado, 2 de abril de 2011
Meu desapego é meu 'sossego', meu botequim. ♪
E eu que costumava ser tão frágil com toda partida, pareço ter encontrado uma saída de fazer as dores adormecerem fácil. Tanto me habituei a esquecer, que agora, muito lamentavelmente, me pego a reclamar de memórias falidas, ou cruas. De qualquer modo, isso acaba em dor. Sinto saudades constantemente, até saudades do que eu não sei. Porém, num desses fluxos instáveis, eu nem me recordo mais. Sem ou por querer, nem devo saber. As vezes fico confusa: melhor ter ou não ter um coração?
quinta-feira, 31 de março de 2011
Roda, roda, roda, o pôr-do-sol nos espera ♪
"Alugo casa no lugar mais charmoso e exclusivo de Juqueí, a 50 metros do mar
E são dois quartos com ar condicionado, sala de estar, TV e varanda
Livre para o ano novo e Carnaval"
[ http://www.vagalume.com.br/sergio-britto/pra-te-alcancar.html#ixzz1IDBgVnGb ]
E são dois quartos com ar condicionado, sala de estar, TV e varanda
Livre para o ano novo e Carnaval"
[ http://www.vagalume.com.br/sergio-britto/pra-te-alcancar.html#ixzz1IDBgVnGb ]
terça-feira, 22 de março de 2011
presente
Contigo aprendi que é possível entender o “valeu a pena” da vida, e hoje, deixando de lado o que se diz sobre clichês de força de pensamento, eu afirmo mesmo que até então minhas as escolhas realmente se validaram. Para tanto, você me mostrou o que é paciência de uma foram sábia e me fez entender que a gratidão, pelo menor feito que seja, é ingrediente fundamental da essência que nos ergue todos os dias como pessoas melhores, que devemos mesmo ser.
Apesar de tantos pesares desse mundão a fora, se o que a gente tem dentro for o que faz fortalecer pra correr pelo bem, vamos ter trocas justas com a vida, disso não me restam dúvidas. Você sabe bem que eu não abro mão do meu descansar a cabeça no travesseiro com consciência leve por facilidade nem regalia alguma. Aquilo que quero, prefiro que seja meu com o esforço que eu fizer, por mérito próprio. O que tenho em mim, mesmo havendo tantas fraquezas, é o que de melhor pode me trazer felicidades de volta, e para isso, como você me falou, é necessário regar à minha volta com sabedoria.
Não é nada fácil manter-se em equilíbrio quando um amontoado de erros e medos parece estar caindo sobre nossa cabeça, eu sei bem. Você já foi tão severo comigo em momentos destes... Eu tive raiva, sabia? Achei que fosse por mal, tantas esperas, tamanhas aflições e até as vezes em que você fazia outras coisas ocorrerem depressa me incomodavam. Mas agora, vendo como nenhum detalhe do “maldoso” ao surpreendente foi vão sob seu controle, eu desenvolvi uma confiança madura em seus atos, de verdade.
No desencadear de passos em falso, que mais tarde se revelaram tão firmes, eu ganhei pessoas e momentos que eram como pedaços que me faltavam. Se não fosse minha espera em você, talvez eu não tivesse agora um peito assim mais recheado e nem desvendaria tanto de mim mesma. Sem você presente, Tempo, eu não seria os sorrisos de hoje, assim satisfeitos.
[ Sobre o Tempo - Pato Fu ]
domingo, 13 de março de 2011
sexta-feira, 11 de março de 2011
Desamontoando cargas.
Um grande erro meu é o acumular. Tenho certa passividade pra adiar um basta, e isso acaba sendo pior. O que não digo, transparece. Quem me conhece o bastante sabe o quanto meus gestos conversam, principalmente quando não estou bem com determinada situação. Outras vezes ocorre de eu não saber lidar com o próprio sentimento do momento, principalmente raiva, repulsão.
Certos feitos acabam ficando estagnados por fraquezas ao me posicionar. Porém, meu coração é forte comigo, ele não permite que eu finja. Eu não finjo sorrisos, não finjo choros e muito menos o humor. Isso é bom. Só que esse espaço de tempo entre o instante em que sinto o corte até o que falo sobre ele, é atroz demais. Acumulando. Então, nesse acúmulo é que minha cara fala, faz o que não deve e soa mal aos que não sabem qual é meu estado de quando há algo de errado, já que não foi dito.
Seria mais fácil se eu não travasse na hora de expor meu incômodo. A verdade é que eu não sei mesmo lidar com palavras duras a serem vindas de mim, não sei me livrar de coisas, pessoas, momentos. Os guardo, me faço mal e ainda, por passar uma imagem fria, faço mal a meu exterior. Talvez, se eu conseguisse manifestar aquilo no momento correto eu evitaria a prolongação de maiores estorvos, seria mais fiel aos meus sentimentos.
Preciso me livrar do que me faz mal, sem pena e nem remorso por alguma pequena consideração que possa ser relevante. De que adianta querer dar a quem não merece receber? Trocas que não nos trazem o bem são como querer mal a si próprio, se for analisar a fundo. E se o meu coração me quer bem não me deixando fingir meus sentidos, é melhor segui-lo. Próximo passo? Aprender a falar, mesmo que com dureza, o que ele quer dizer sem ter medo; de novo.
quinta-feira, 10 de março de 2011
Então, adormecer mais.
"E se um dia,
Você dormisse?
E se, em seu sono,
Você sonhasse?
E se, em seu sonho,
Você fosse até o céu
E lá, colhesse uma bela e estranha flor
E se, quando você acordasse,
Você tivesse a flor na mão?
E então?"
(Samuel Coleridge)
quinta-feira, 3 de março de 2011
guilhotina?
Eu que controlo o meu guidom! Com ou sem suin...
(Marcelo Camelo)
Faça isso. Coma aquilo. Vote! Vista assim. Ande certo. Beba! Compre esse. Não fale disso. Use!
Os estereótipos cada vez mais me levam a um desenquadre. To aqui assistindo de longe um tanto de preceitos mundanos que querem nos empurrar. Não engulo qualquer pílula! Além disso, a pluralidade realmente não me enche os olhos, na verdade ela só me faz ver que, ao contrario do que tenta mostrar, seu número não equivale a superioridade alguma. Tentam nos burlar, nos inserir no sistema de qualquer jeito... Eu não! Eu não quero fazer parte desse mecanismo resvalante. E enquanto tiver mente sã, eu que escolho onde pisar.
terça-feira, 1 de março de 2011
Eu não 'te' entendo mais.
No mesmo compasso que as coisas tomam prumo e que posso sentir um rumo, minhas ideias parecem desandar. Por mais feliz que sejam minhas realizações agora, sinto aquele velho pedaço que me falta a me acompanhar novamente. É estranho. Até me amedronta o que minha cabeça pode fazer.
Eu estou bem, me sinto estimulada com a proposta de vida nova e esperançosa de que tudo dê certinho. Realmente mudanças como estas me atraem. Só que tem aparentado que ainda não houve tempo, o tempo certo, pra eu sentir os frios na barriga. Ou será que essa maratona de ansiedade foi meio que antecipada pela meneira que eu ficava antes mesmo de qualquer posição?
Eu estou bem, me sinto estimulada com a proposta de vida nova e esperançosa de que tudo dê certinho. Realmente mudanças como estas me atraem. Só que tem aparentado que ainda não houve tempo, o tempo certo, pra eu sentir os frios na barriga. Ou será que essa maratona de ansiedade foi meio que antecipada pela meneira que eu ficava antes mesmo de qualquer posição?
Minha agonia era de ter respostas do que ia ser, agora que ‘foi’ está uma calmaria inesperada, se é que se pode dizer assim. Talvez esteja desse jeito porque a espera foi tanta que me calejou. Então, aqui estou, em contradição com meu ultimo post, me perguntando por que não estou gritante, por que ainda sinto vazios... Quiçá melancolia. Engraçado. Ainda assim, ando feliz!
[ Vazio e Momento - Mombojó ]
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Entre a espera e o recibo.
̶ Quer um palpite?
̶ Mais que isso, preciso de um agora.
̶ Você não devia querer apressar tanto o tempo.
̶ Eu até sei...
̶ O tempo é sábio, menina. As coisas acontecem em sua hora.
̶ Mas, às vezes, você não acha que pensar assim pode ser um pouco de comodismo?
̶ Sim. Só que existe diferença entre esperar e acomodar. O comodismo mora junto com o medo, a desesperança e o atar de braços. Quando você espera por algo que você busca e se move para isso, o tempo é justo.
̶ Então, meu desejo de ir além e alcançar, de uma forma ou de outra, faz parte dessa espera. Certo?
̶ Não exatamente.
̶ Mas se eu não estou acomodada, quer dizer que é uma espera benéfica sim!
̶ Não, você ainda deve se acomodar...
̶ Me acomodar? Que contraditório você dizer isso!
̶ Você busca, mas tem pressa demais. Olha, não queira tudo pra já, pois atropelar o tempo pode tirar as coisas dos lugares que elas devem estar. Se você realmente necessita de um palpite, digo que se acomode com esta ideia! Existe o feito, o tempo e a razão do tempo.
̶ (...)
Hoje conversei comigo.
̶ (...)
Hoje conversei comigo.
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Navalhas goela abaixo.
Agora, to sentindo aquela vontade de gritar muito, gritar pro mundo um vocabulário engasgado aqui. São palavras afiadas como navalhas que me fazem lentos cortes, os mais dolorosos, na garganta; no peito. É que, por tanto quererem sair, elas utilizam o mais árduo recurso que podem. Assim como nós, clamam liberdade todo tempo! Não dou. Não posso simplesmente liberta-las assim de uma só vez, elas podem ferir intensamente alvo por alvo. Eu sangraria junto... Só não sei dizer se ia sangrar mais que agora.
Se eu grito, as palavras cortam de vez. Se eu engulo, elas podem me matar aos poucos.
Espero que desistam da fuga.
[ Black Swan - Thom Yorke ]
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
À Flor da Pele
"O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mentir e me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita..."
[ Chico Buarque - O Que Será (À Flor da Pele) ]
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
NÓStalgia
Me pergunto: realmente os tenho? Existe um laço entre nós, nó frouxamente firme. É que o que une uma pessoa a outra é um amontoado de nós, uns por cima dos outros, feitos instante a instante, amarrados. Nós fracos e fortes.
Então, essas amarrações, essas que fiz entre tantos nós, são minhas? Não, elas são nossas. Se o outro lado da corda resolve ceder, que nó se sustenta? O nó precisa de duas pontas unidas. Eu não possuo os nós sem que nós queiramos, juntos, possui-los.
Então, essas amarrações, essas que fiz entre tantos nós, são minhas? Não, elas são nossas. Se o outro lado da corda resolve ceder, que nó se sustenta? O nó precisa de duas pontas unidas. Eu não possuo os nós sem que nós queiramos, juntos, possui-los.
Por tantas vezes vejo minha corda soltar, o nó se desfazer... Eu vou ficando sozinha, sozinha, sozinha... Olho pras marcas da minha corda, tantos nós já houveram nela. E até que não faz mal, já quis me soltar por tantas vezes também.
Nós são realmente frágeis, eu não preciso tê-los sozinha. O que eu entendo por ser meu é apenas essa nostalgia de nós, da gente. Se nós não formos apenas os nós da nostalgia, vamos amarrar nossas cordas tantas outras vezes ainda. Soltá-las, amarrá-las, afrouxá-las, apertá-las.
As melhores cordas resistem por uma vida! Se formos melhores para nós, teremos os nós refeitos mesmo que o tempo corte essas nossas cordas. Lembra? O nó é nosso, se quisermos tê-lo juntos!
Nós são realmente frágeis, eu não preciso tê-los sozinha. O que eu entendo por ser meu é apenas essa nostalgia de nós, da gente. Se nós não formos apenas os nós da nostalgia, vamos amarrar nossas cordas tantas outras vezes ainda. Soltá-las, amarrá-las, afrouxá-las, apertá-las.
As melhores cordas resistem por uma vida! Se formos melhores para nós, teremos os nós refeitos mesmo que o tempo corte essas nossas cordas. Lembra? O nó é nosso, se quisermos tê-lo juntos!
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Em meu vácuo recheado.
Não, não é por mal que me perco em mim. Você também deve se perder... E se perde porque faço pra tanto. Admito. É que acho que não me sentiria confortável se você me achasse mais que eu acho a mim. Entende?
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Nossas ideias não correspondem aos fatos.
"Podemos maquiar algumas respostas ou podemos silenciar sobre o que não queremos que venha à tona. Inútil. A soma dos nossos dias assinará este inventário. Fará um levantamento honesto. Cazuza já nos cutucava: suas idéias correspondem aos fatos? De novo: o que a gente diz é apenas o que a gente diz. Lá no finalzinho, a vida que construímos é que se revelará o mais eficiente detector de nossas mentiras."
(Martha Medeiros)
Ainda é cedo demais pra saber quase de tudo.
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Carece o respeito.
O ser humano vive trocando centenas de motivos para odiar um ao outro e, sim, cada um tem defeito de sobra para isso. Porém, basta apenas uma razão para amar o outro defeituoso, mesmo que esta seja desconhecida. Numa balança, pesa a quantidade ou o valor? Resta saber se os erros são ou não suficientes pra deixar cair aquele único sentimento bom. Somos tão errantes que precisamos do erro dos outros pra sentir o amor também. Então, gostar desse outro ser requer respeito ao seu recheio ruim acima de outras conclusões, porque o amor também está lá, ele é sozinho, mas pesa toneladas.
"Dá-me luz, ó Deus do tempo"
"Por onde vou guiar
O olhar que não enxerga mais
Dá-me luz, ó Deus do tempo
Dá-me luz, ó Deus do tempo
Nesse momento menor
Pr'eu saber seu redor
A gente quer ver
Horizonte distante
A gente quer ver
Horizonte distante
Aprumar
Através eu vi
Só o amor é luz
E há de estar daqui
Até alto e amanhã
Quem fica com o tempo
Eu faço dele meu
E não me falta o passo, coração
E não me falta o passo, coração
Avante
A gente quer ver
Horizonte distante
A gente quer ver
Horizonte distante
Aprumar"
[ Horizonte Distante - Marcelo Camelo (Los Hermanos) ]
"Porque há o direito ao grito,
então eu grito."
[Clarice Lispector]
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
esmorecimento
Algumas pessoas, por mais que a gente goste e se sinta gostado também, fogem quando não temos sorriso a ofertar. Isso dói um tanto. Tem sabor de desprezo. E tem cheirinho daquela coisa que se diz quando uma pessoa só precisa da outra pra seu benefício, como é que chama? Interesse? Seja lá o que for, é dessa coisa. Ao perceber, dá vontade de guardar meus sorrisos, os meus melhores sorrisos, apenas para os poucos que podem chorar comigo. Eu que costumo ser tão benevolente com qualquer um, nem tenho desejo de troca... É, eu não estou esperando nada de ninguém mesmo. Mas acontece que dói. O problema deve estar em chorar demais as lágrimas desses qualqueres e ficar em falta com as minhas. Só.
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
"Um pouco mais de paciência"
"Ninguém te ensinará os caminhos. Ninguém me ensinará os caminhos. Ninguém nunca me ensinou caminho nenhum, nem a você, suspeito. Avanço às cegas. Não há caminhos a serem ensinados, nem aprendidos.”
(Caio Fernando Abreu)
Tudo é risco, tudo é improvável. A única coisa que se pode ter certeza é viver. Aliás, nem isso. O certo é o incerto. Incerto para nós. Planos, mapas, previsões... Nada promove afirmativas! Isso tem me causado lágrimas, um monte delas. Me faz distante também, tristemente desacreditada. Só depois de engolidas algumas horas de reflexão, lembro do que ouvi um dia sobre o tempo de Deus. Há o tempo certo para as coisas acontecerem, inclusive para o caminho tão incerto. Isso sim é correto. Se não fosse minha teimosia em querer logo o tempo de encaixar os eixos, minha cabeça estava confortada. Conheço o conforto, mas preciso mesmo é que não me falte paciência... Tem faltado.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
infinito.
"E tudo que tudo como em todo
permaneça no centro de tua alma
Que a calma acalmo
Que a calma acalmo
e que a calma traga o sono
no sonho infinito de ser feliz"
no sonho infinito de ser feliz"
(Seus Anjos - Roberta Campos)
Nos corações dos sonhadores, o céu não é o fim.
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Me conforta apenas.
"E se não quisermos, não pudermos, não soubermos,
com palavras, nos dizer um pouco um para o outro,
senta ao meu lado assim mesmo.
Deixa os nossos olhos se encontrarem vez ou outra
até nascer aquele sorriso bom que acontece
quando a vida da gente se sente olhada com amor.
Senta apenas ao meu lado
e deixa o meu silêncio conversar com o seu.
Às vezes, a gente nem precisa mesmo de palavras."
(Ana Jácomo)
com palavras, nos dizer um pouco um para o outro,
senta ao meu lado assim mesmo.
Deixa os nossos olhos se encontrarem vez ou outra
até nascer aquele sorriso bom que acontece
quando a vida da gente se sente olhada com amor.
Senta apenas ao meu lado
e deixa o meu silêncio conversar com o seu.
Às vezes, a gente nem precisa mesmo de palavras."
(Ana Jácomo)
Eu, que nem mesmo tomo café, tenho dias amargos demais. Não precisa vir de razão qualquer nem de você, amarga só. Devem ser os goles do café que não tomo acumulados mesmo... Ou deve ser por conta dessa agonia que me dá do nada que me tem. Nada, apenas. Amarga, amarga e passa. Então é bom mesmo que me venha sem palavras. Presença já o bastante quando não se quer nem ouvir o nome de uma doçura. Amarga, não quero me desfazer numa troca. Eu quero é que passe, e passa sem que precise adornos desses doces. Pelo menos comigo é. Mas preciso de você sim, apenas pra me sentir entendida talvez. E que as palavras lhe faltem pra que eu possa apenas sentir. Sentir se você me entende. Sentir conforta, desamarga.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Sem arquitetar, meias palavras não ditas.
É pedir demais que as incertezas fiquem por longe. Me pego, frequentemente, exigindo de mim até mesmo decisões mixurucas, e é como uma espécie de dívida ter que me centrar naquela preferencia, naquela escolha. Tudo bobagem. Eu não sou boa com isso, não adianta! Daí então termina como uma culpa, um defeito, uma dor ou um outro qualquer derivado desses. Com isso, fico com um bom histórico de hesitações e de assuntos desfeitos ao vento, pelo tempo. Covardia, eu poderia dizer. Mas não vou. Prefiro deixar pra lá também, é melhor... Incrível vendo por esse ângulo. É que sempre acaba sendo o melhor a fazer quando há tantas dúvidas! Bom, parece ser.
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Existiria.
Não seria nada mecânico, teria de ser orgânico e puro. Orgânico, puro e terno, nas horas em que se pedisse apego. Orgânico, puro e frio, pra solidificar quando estivesse a derreter.
Sem que precisasse dizer o que há em mim, compreenderia. E seria severo pra que eu pudesse esquecer mais do eu e também compreendesse.
Faria-me imbróglios, cortes e ironias, depois deleitaria comigo nos remendos de nossos braços afetuosos.
Faria-me imbróglios, cortes e ironias, depois deleitaria comigo nos remendos de nossos braços afetuosos.
Traria vocabulário mudado pra cada gesto de olhar. Que arrancasse-me salivas e que mostrasse-me dentes, na maior parte do tempo.
Transitaria junto. Teria, assim, minha descoberta, meu abrir mão e meu descansar do mundo.
Transitaria junto. Teria, assim, minha descoberta, meu abrir mão e meu descansar do mundo.
Como dois pés que buscam cobertor, rosto que procura frescor, pescoço que anseia afago, alento.
São irreconhecíveis os quereres submersos em tantos devaneios. Mas existem fortemente. Desbotados, amarrados e tão precisados.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
além
"A pequena banda soturna e alegre parte num tapete voador
A cidade a vê sumir com olhos d'água
A meio caminho o cantor se divide num processo espiritualmente bacteriológico
Suas duas metades vocais passeiam pelo mais alto azul antes de se fundirem novamente em uníssono
Xilofones de açúcar e acordeões de chocolate
Beijos de clarineta e um chão de queijo
Nada será mais como as botas sobre a triste e fina película de gelo
Agora, seremos nuvens"
[Rumo a Lua num Tapete Voador - Bonifrate]
A cidade a vê sumir com olhos d'água
A meio caminho o cantor se divide num processo espiritualmente bacteriológico
Suas duas metades vocais passeiam pelo mais alto azul antes de se fundirem novamente em uníssono
Xilofones de açúcar e acordeões de chocolate
Beijos de clarineta e um chão de queijo
Nada será mais como as botas sobre a triste e fina película de gelo
Agora, seremos nuvens"
[Rumo a Lua num Tapete Voador - Bonifrate]
[Lucy in the Sky With Diamonds - The Beatles]
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